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Consenso pretende melhorar manejo do câncer de próstata em países em desenvolvimento

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Com o intuito de oferecer as melhores estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de próstata na América Latina, África e Oriente Médio, dezenas de médicos se reuniram para produzir o I Consenso Mundial sobre Rastreamento, Diagnóstico e Tratamento Câncer de Próstata para Países em Desenvolvimento. O documento foi publicado no Journal of Global Oncology, publicação da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, uma das mais importantes revistas científicas do mundo na área do câncer. A publicação, cujo teor tem se difundido por diversos países, é composta por uma série de artigos que reúnem informações valiosas a respeito do rastreamento, ferramentas de estadiamento e acompanhamento de diferentes estágios da doença, mesmo em áreas com recursos limitados. O consenso foi produzido por urologistas, cirurgiões, radiologistas, oncologistas, patologistas e radioterapeutas.

A principal orientação relativa ao manejo do câncer de próstata em países em desenvolvimento é tornar o rastreamento da doença obrigatório aos 50 anos de idade. Ou seja, todo homem deve realizar anualmente o exame de PSA e o toque retal assim que completarem essa idade. “A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) já preconiza essa orientação há um bom tempo, com a ressalva de que pacientes negros ou com histórico familiar de câncer de próstata iniciem essa investigação a partir dos 45 anos de idade, devido a probabilidade maior de apresentarem a doença”, destacou o uro-oncologista Augusto Modesto, coordenador científico da SBU-BA.

Outra recomendação do consenso é a implantação de um fluxo mais eficiente no sistema, para que o paciente receba o tratamento após o diagnóstico sem atrasos, um problema real no Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil onde, apesar da lei dos 60 dias (que exige o início do tratamento em até dois meses depois da confirmação da doença), muitos pacientes ainda enfrentam longas filas. Em relação a novas tecnologias e protocolos de tratamento, os especialistas participantes propuseram projetos que tornem acessíveis medicamentos com melhores índices de cura e sobrevivência.

Segundo Augusto Modesto, “aqui no Brasil, além da utilização das drogas mais eficazes, a SBU nacional tem defendido a inserção da cirurgia robótica no SUS para tratamento do câncer de próstata, pelos diversos benefícios que esta modalidade cirúrgica agrega, como menor tempo de internamento hospitalar e redução de comorbidades e do tempo de recuperação pós-cirurgia”, explicou o médico que integra o Robótica Bahia – Assistência Multidisciplinar e atende em Salvador tanto na rede particular (Hospital São Rafael/Rede D’or e Clínica Urológica da Bahia) quanto pelo SUS (Hospital Aristides Maltez).

Sobre a doença – O tumor de próstata é o segundo mais comum entre os homens brasileiros, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Cerca de 66 mil novos casos da doença são estimados para 2021 no país. De acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer, 15.983 óbitos foram registrados em 2019 em decorrência desta doença. “O Brasil possui uma das maiores curvas de mortes por câncer de próstata do mundo. Em vários países desenvolvidos, esse tipo de tumor apresenta uma mortalidade menor. Diagnóstico em estágio mais avançado e limitações de acesso aos melhores tratamentos explicam essa diferença”, declarou Augusto Modesto.

Informações do Globocan, base para a análise sobre câncer organizada por uma entidade ligada à Organização Mundial da Saúde, projetam um crescimento considerável dos casos de câncer de próstata no Brasil e na América Latina até 2040. Os números devem dobrar nos próximos 20 anos. Da mesma forma, haverá um aumento nas mortes por câncer de próstata na África e na América Latina nas próximas décadas. “Nossa expectativa é a de que o consenso contribua para melhorar a conduta do câncer de próstata em todos os países com recursos mais escassos, como o Brasil”, concluiu o uro-oncologista.

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